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sexta-feira, 6 de abril de 2012

O estético, a servidão e o moralismo

O existencialismo de Kierkgaard se pauta na critica de três formas de servidão voluntárias e as coerções consequentes desses aprisionamentos também. são elas o estético, o social e o religioso. Tendo ele até o final da vida se liberto das 3 em certa medida e depois descobrindo que mesmo após acreditar se libertar das 3 enquanto vivemos em sociedade as 3 continuam constantemente a te arrastar de volta para elas. Duas delas se manifestam através do moralismo, são elas o social e o religioso, na maioria das vezes também estão carregados de um legalismo ferrenho embora não necessariamente (é possível ser moralista e não ser legalista).
Porém não vou tratar delas e sim da terceira, o estético. O estético se constitui em muitas vezes forma de se entregar a todos os seus desejos e muitas vezes se tornando escravos deles. Por exemplo qual seria o problema em beber? Nenhum, mas a partir do momento que beber é a unica forma que você tem de ser alguém ou interagir socialmente, você se tornou servo da bebida. Porem e algo tão sutil que você voluntariamente opta por esse caminho. Isso pode se aplicar a outras drogas, se a unica forma que você tem de enfrentar a vida é através delas, você está servo das drogas. O complicado é que como você pode combater essa forma de escravidão sem cair no moralismo. Como moralismo? Ora se livrar criando um simples código moral. O problema no meu exemplo não está no álcool, e sim a forma alienante como se usa ele, a forma escapista ou até no modo de incorporar ele a sua personalidade como uma coisa essencial. O cigarro por exemplo em nossa cultura é usado como forma de relaxar e amenizar os problemas, ora é obvio que nessa forma de usar o cigarro ele se torna um muito mais facilmente um vicio, toda vez que ressurgirem os problemas você vai basculo. Porem o uso moderado tanto do álcool quanto do tabaco é possível. Na cultura europeia por exemplo charutos são culturais, cachimbos, existem pessoas que fumam socialmente, posso citar um exemplo famoso até muito criticado pelos moralistas religioso, o escritor cristão CS. Lewis. embora nada em sua obra aponte pra nenhuma forma de libertinagem, ele foi constantemente acusado de herege  libertino pelos crentes puritanos simplesmente por beber e fumar socialmente. A questão é como encontrar o equilíbrio ou a moderação? Simples, se você não consegue parar de beber ou fumar  por qualquer motivo que seja, já e um vicio logo você já é escravo. Se você busca essa alternativa exclusivamente com objetivo de se embriagar, esquecer os problemas ou como motivador para tomar atitudes que você não tomaria, você já deu o primeiro passo para que isso se torne uma muleta. Existem pessoas que simplesmente não usam mas não tratam a questão de forma moralista, se essas pessoas não se considera superior por isso e nem condena a todos que usem impondo sua escolha individual, ótimo. Do contrario falta entendimento de que nem sempre a droga em si é necessariamente uma muleta. Infelizmente não digo isso de todas, existem drogas mais pesadas que não recomendo a ninguém, droga que te escravizam quimicamente com pouco tempo de uso. Essas eu me oponho ferrenhamente, mas também entenda se opor não é impor. Se você tem um amigo que reproduz toda a logica do sistema de amor ao trabalho e etc e é escravo disso você apontando o dedo na cara da pessoa de modo algum vai ajuda-lo. Agora conversar e dizer como tudo isso te escraviza, sim ajuda, ou como a pessoa está escrava disso, uma vez que nem todos que trabalham absorveram todo esse conceito trabalhista impregnado no moralismo social atual. A via legalista já de proibir o uso de qualquer droga é muito pior pois trata-se de responder uma forma de possível servidão voluntária com um autoritarismo aberto. A droga foi um exemplo, existem muitas outras formas de servidão através do aspecto estético, muitos vícios. Toda a questão que poderia  simplificar seria até quando um habito não é escapismo e você não depende dele pra viver? Se você não puder evitar que tais hábitos  te tornem seu servos não se aproxime, usemos nossa liberdade para nos mantermos livres.
Um drink em homenagem a  liberdade.


2 comentários:

  1. Viver e deixar viver é meu lema. Mas, viver é estar bem consigo e seu entorno. Moralismos à parte, a compulsão deve ser contida para que não passemos s viver mal. No mais, sejam felizes!

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